Por que criar conteúdo original em uma internet que só replica e copia?
Muitos campos artísticos valorizam o conteúdo autoral. E a internet?
Na minha última newsletter eu escrevi que “#ainternetqueagentequer não é só uma hashtag. Ela é o código de ética da Contente”. Falei sobre como ela era um código de ética em relação à responsabilidade com a mensagem, ao compromisso com a não violência, à checagem de dados, entre outros.
Hoje quero falar sobre um outro aspecto: a ética em relação à criação.
Existe na internet a cultura do remix, de ver uma coisa, muitas vezes em contas e criadores maiores e/ou de outros países e criar em cima, traduzindo o que foi dito.
Mas na Contente a gente acredita em fazer de um jeito diferente, que eu gostaria de contar um pouco para vocês:
Para criar o conteúdo que você vê aqui a inspiração é uma enorme teia que inclui experiências pessoais, observação de mundo, muito estudo, arte, dores, crítica de sociedade, pesquisa por dados nacionais que ajudem a ilustrar as histórias que queremos contar e o espírito do tempo. A gente vive de farejar, quase como detetives, as histórias que estão implorando para serem contadas. Nossa inspiração não vem de revistas gringas. Ou melhor: vem também, mas a teia de referências que compõe cada uma de nossas criações é infinitamente mais ampla. A gente não quer falar só pra quem parece com a gente. A gente quer falar para a pessoa brasileira e fazemos grande esforço e pesquisa para isso.
(inclusive, se animar, me manda um parágrafo sobre esse tema? 📨: luiza@contente.vc)
No caso da Contente, a autoria não nasce como estratégia, mas de quem somos. Desde a nossa criação em 2010, todo o nosso trabalho é pautado na criação original. Como disse há 2 newsletters, para um determinado tipo de pessoa criadora “você pode literalmente adoecer do corpo ou da mente se não criar e comunicar o que você sente que precisa”. É o caso do lado de cá.
Se eu pudesse escolher, a internet que eu quero permite que as pessoas descansem muito mais e que não sintam a pressão para se tornarem máquinas de criar posts. Uma vez que a gente deixa de ser máquina a gente ganha tempo para observar a si próprio e ao mundo. Imagina quantas histórias não poderiam brotar de corações e mentes mais descansados? Nós não precisamos compulsivamente replicar histórias que vemos em outros lugares. Podemos assumir o comando e pilotar essa criação.
Na nossa experiência esse tem sido o caminho que sempre nos levou mais longe e principalmente, para mais perto de onde queremos chegar.
Com carinho,